Lei complementar nº 214 – LC 214: Regras para aplicação do IBS e da CBS

LC 214: Regras para aplicação do IBS e da CBS

Lei complementar nº 214 – LC 214: Regras para aplicação do IBS e da CBS Lei complementar nº 214 – LC 214: Regras para aplicação do IBS e da CBS

A LC 214, sancionada no início de 2025, representa um marco na modernização do sistema tributário brasileiro. Essa legislação regulamenta a aplicação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), com atenção especial ao setor de pagamentos. Entre as principais mudanças, estão a definição da base de cálculo, a tributação de arranjos de pagamento e a formalização de mecanismos modernos, como o split payments. Neste artigo, exploramos em detalhes as inovações da LC 214, suas implicações para os contribuintes e os benefícios esperados para o setor financeiro e econômico.

Conteúdo:

 

LC 214: Principais inovações da Reforma Tributária no Setor de Pagamentos

A LC 214 traz avanços significativos para o setor de pagamentos, resolvendo lacunas históricas na legislação tributária. Antes de sua publicação, empresas do setor enfrentavam insegurança jurídica, com regras inconsistentes e interpretações conflitantes. Com a nova lei, a regulamentação se alinha às práticas modernas, trazendo clareza para operações complexas e garantindo um ambiente mais transparente e competitivo.

Entre os principais pontos, destacam-se:

  • Definição clara da base de cálculo para o IBS e a CBS.
  • Reconhecimento e regulamentação do split payments.
  • Tributação específica para liquidações antecipadas de recebíveis.
  • Novos regimes de crédito tributário.
  • Introdução de obrigações acessórias detalhadas para aumentar a transparência.

Essas medidas modernizam o sistema tributário, facilitando sua adaptação às demandas da economia digital.

Definição da base de cálculo e Incidência tributária

Antes da LC 214, a falta de uma definição clara para a base de cálculo gerava insegurança jurídica, especialmente no setor de pagamentos. Agora, a legislação determina que o IBS e a CBS incidem sobre a remuneração bruta dos participantes dos arranjos de pagamento, como adquirentes, subadquirentes e processadoras.

Essa regra trouxe duas inovações importantes:

  1. Exclusão dos valores repassados entre os participantes do arranjo de pagamento da base tributável.
  2. Garantia de que apenas a parcela efetivamente recebida será tributada, eliminando riscos de dupla incidência de impostos.

Essas mudanças resolvem um dos maiores desafios enfrentados pelo setor, incentivando a conformidade tributária.

 

 

Especificação dos tomadores de Serviço

A LC 214 também clarificou a figura do tomador de serviços nos arranjos de pagamento. O comerciante ou estabelecimento credenciado foi oficialmente definido como tomador dos serviços prestados por adquirentes e subcredenciadoras. Essa definição encerra disputas jurídicas e assegura uma cadeia tributária mais organizada.

Com isso, ficou claro quem é o contribuinte principal e como as operações devem ser estruturadas para evitar conflitos com a administração tributária.

 

Tributação da liquidação antecipada de recebíveis

Outra inovação trazida pela LC 214 foi a inclusão das liquidações antecipadas de recebíveis na base de tributação do IBS e CBS. Antes, essas operações recebiam tratamento vantajoso, muitas vezes classificadas como receitas financeiras.

Agora, a tributação ocorre com base no desconto aplicado na operação, deduzindo-se a curva de juros futuros e perdas realizadas. Essa medida trouxe consistência ao tratamento tributário, especialmente para adquirentes e fundos de investimento que atuam nessa modalidade.

 

Como funciona os Créditos Tributários com a LC 214

No regime não cumulativo, a LC 214 permite o aproveitamento de créditos tributários com base nos valores pagos por serviços de arranjos de pagamento. Isso assegura que a carga tributária seja neutra em cadeias produtivas e financeiras, reduzindo efeitos cascata.

Por exemplo, adquirentes podem se apropriar de créditos relativos a serviços contratados, diminuindo o impacto tributário e melhorando a competitividade no mercado.

 

 

 

Obrigações acessórias à LC 214

A introdução de novas obrigações acessórias foi um dos pontos de maior impacto da LC 214. Empresas participantes de arranjos de pagamento agora precisam reportar informações detalhadas, como:

  • Valores brutos recebidos e pagos.
  • Identificação dos credenciados e demais participantes.
  • Detalhamento de operações relacionadas ao split payments.

Embora isso aumente os custos operacionais, a medida traz mais transparência e dificulta práticas de evasão fiscal.

 

Alinhamento com o Sistema Finaneiro

A LC 214 trouxe avanços importantes ao harmonizar o sistema tributário com a evolução dos meios de pagamento eletrônicos. Antes, a falta de um regime específico fazia com que as empresas interpretassem as regras de forma individual, criando inconsistências.

Com a nova legislação, o setor financeiro conta com uma base normativa sólida, incentivando a inovação e reduzindo os riscos de disputas tributárias. Além disso, o alinhamento com os padrões globais de tributação reflete uma tentativa de posicionar o Brasil como referência em regulação tributária moderna, permitindo uma maior integração com investidores internacionais e players globais que operam no mercado financeiro.

 

Base de cálculo adequada com a LC 214

Ao detalhar a base de cálculo do IBS e da CBS, a LC 214 eliminou disputas comuns sobre qual receita é de quem e como deve ser tributada. Agora, cada participante paga impostos de forma proporcional aos serviços efetivamente prestados.

Essa mudança reduz a litigiosidade entre empresas e o fisco, além de criar uma maior previsibilidade tributária para os negócios. A definição clara da base de cálculo também corrige distorções que anteriormente penalizavam alguns setores, garantindo um ambiente mais justo e competitivo para todos os participantes do mercado.

 

 

Como funciona os Splits Payments com a LC 214

O split payments, mecanismo que divide automaticamente os valores de uma transação entre beneficiários, foi formalmente reconhecido pela LC 214. Essa inovação resolve lacunas históricas e simplifica o recolhimento tributário.

Ao dividir os valores no momento do pagamento, o split payments evita atrasos no recolhimento de tributos, promovendo maior eficiência e transparência.

 

A LC 214 representa um avanço importante para o sistema tributário brasileiro, modernizando as regras do setor de pagamentos e alinhando a legislação às demandas da economia digital. Suas inovações trazem mais clareza, eficiência e segurança para empresas e contribuintes, ao mesmo tempo em que fortalecem a arrecadação tributária.

 

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