Por Caroline Camargo e Layon Lopes*
Em meio ao caos vivido nos últimos meses devido à crise do novo coronavírus (Covid-19), a China viu a sua economia indo a ladeira abaixo. O impacto sofrido pela maior exportadora de mercadorias do mundo e a segunda maior potência mundial foi devastador e não há um só lugar onde o golpe não doa. Para se recuperar da crise, foram necessárias medidas fortes, como o fechamento do país, e como consequência, o país teve todas as dimensões da vida econômica afetada.
O desmoronamento da atividade econômica fez o gigante asiático mostrar resiliência para conseguir retomar seu crescimento e recuperar-se. Ainda em março, a China já começou a restabelecer sua vitalidade após a luta contra o coronavírus. O governo chinês tem progredido no combate à Covid-19 e está se esforçando para reiniciar a atividade econômica.
Ao que tudo indica, a China já passou pela fase considerada mais crítica da pandemia e, segundo o governo chinês, hoje o número de novos casos tem se estabilizado. Após a luta contra o coronavírus, o país se prepara para receber o segundo impacto: o da sua fatura.
Previsões do mercado para o crescimento do PIB chinês no primeiro trimestre de 2020 indicam que a economia sofrerá um retrocesso histórico pela primeira vez desde 1989, prejudicando os gastos dos consumidores. E tudo indica para o mercado externo que o achatamento na demanda seja prolongado, ou seja, trata-se de um choque simétrico, que está afetando todo mundo ao mesmo tempo. Resumindo: O MUNDO PAROU!
Em relação ao consumo interno, a China atingiu seu nível mais baixo e começa a se recuperar, depois do governo anunciar um agressivo plano de estímulo ao consumo e investimentos, onde mais de 20 cidades distribuíram cupons, com o objetivo de impulsionar os gastos das famílias.
Contudo, o país também poderá depender da situação do mercado externo para sua recuperação econômica, pois outros países começaram a ficar imersos na crise e diminuirão o consumo de produtos chineses.
Por mais que a China faça da recuperação econômica sua nova prioridade, a indústria local enfrenta deficiências como a falta de produtores e consumidores. O governo chinês apelou para o relaxamento das restrições à circulação, a fim de reabilitar o emprego que poderá aumentar tanto a oferta quanto a renda familiar que desembocam no consumo.
Em ritmo de recuperação da economia, o governo chinês está trabalhando ativamente para retomar 100% da produção em fábricas locais. Medidas foram tomadas para ajudar os setores mais atingidos pelas medidas de controle do coronavírus. Após voltar a todo vapor, a China está tentando aumentar a produção em todos os níveis, a fim de aliviar os efeitos da ansiedade social causada pela quarentena nas cidades, restrições de viagens e falta de mão-de-obra.
O que acontecerá com economia chinesa daqui para frente? Tudo dependerá como mundo vai lidar com coronavírus nos próximos meses.
Em relação ao consumo externo, o assunto é considerado um nó, pois o foco da pandemia da Covid-19 se deslocou para Europa e os Estados Unidos. Com essa mudança, a China teme que uma demanda externa frágil a prejudique na recuperação.
A fim de ganhar confiança internacional, a China ofereceu medidas de ajuda aos países europeus, estratégia diplomática para dar socorro aos mais afetados. O gesto foi chamado de “Diplomacia da Máscara”, pois refere-se ao uso da produção e exportação do produto que está em falta no mundo – ótima oportunidade encontrada para se mostrar ator responsável e relevante no cenário, e a fim de recriar sua imagem internacional.
Segundo o governo chinês, embora o país tenha alta demanda por materiais médicos, será oferecida ajuda material e as exportações destes, e de equipamentos para atender a necessidade de países europeus como a Itália, aumentarão.
Tanto as exportações quanto as importações recuperaram o ritmo parcialmente em março, após sofrerem fortes quedas no primeiro bimestre. O setor exportador chinês continua enfrentando obstáculos pela disseminação do coronavírus no exterior. Já em abril, mais de 76% dos exportadores chineses estão retomando cerca de 70% da sua capacidade de produção.
Mas, como em toda a crise, sempre há setores que se beneficiam pelo aumento da demanda. Na China, os setores que mais se beneficiaram foram: e-commerce, entretenimento online, varejo de alimentos e setores ligados a investimentos e infraestrutura, pois estão tendo estímulos dos benefícios do governo chinês para retomada da economia.
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*Lopes é CEO do Silva | Lopes Advogados e Camargo é integrante do time do escritório/ AFP.