Pagamentos: o futuro do setor no Brasil Pagamentos: o futuro do setor no Brasil

Pagamentos: o futuro do setor no Brasil

Como a chegada do Pix pode revolucionar a relação que temos com transações envolvendo pagamentos

Por Daniela Froener e Layon Lopes*

Muitos países pelo mundo já desenvolveram e utilizam a tecnologia de pagamentos instantâneos. Na China, por exemplo, a tecnologia de pagamentos instantâneos, implementada em 2013 por empresas como Alipay e WeChat Pay, restou tão difundida que a população, praticamente, já não faz mais uso de dinheiro em espécie, e alguns comércios sequer aceitam pagamento em dinheiro vivo. E qual o futuro dos pagamentos no Brasil? É o que vamos abordar neste texto.

Atualmente, no país asiático, basta, apenas, que o consumidor apresente no caixa, através de seu celular, o seu QR Code que, ao ser escaneado, efetua o pagamento da compra, sempre de forma instantânea. Ainda, caso falte o celular ao consumidor, no próprio caixa do comerciante há uma câmera de reconhecimento facial que escaneia o rosto do consumidor e efetua o pagamento da compra, também de forma instantânea. 

É evidente que a experiência do consumidor é muito melhor quando estão disponíveis os pagamentos instantâneos. Agora, como esta inovação pode mudar o futuro dos pagamentos no Brasil? 

Primeiramente, há de se falar em redução de custos. Antes do Pix, a pessoa física conseguia realizar transferências através de DOC e TED, que, via de regra, são tarifados pelos bancos (e não são baratos), sendo que, após o Pix, as transferências são gratuitas. Ou seja, pode-se afirmar que os consumidores pessoas físicas, em futuro próximo, não aceitarão mais a prática que até pouco tempo atrás era difundida entre os bancos: cobrança por transferências. 

Além da redução de custos, há também a velocidade das operações. Ainda falando em DOC e TED, temos prazos a serem respeitados para a solicitação e conclusão da transação, já no Pix, o sistema é instantâneo 24 horas por dia, todos os dias do ano. Ou seja, mais barato e mais rápido. 

Assim, temos que a mudança do comportamento do consumidor, que vai traçar o futuro dos pagamentos no Brasil, pode começar em não aceitar mais pagar por transferência bancária e evoluir para não aceitar mais pagar qualquer tarifa bancária, bem como exigir mais agilidade dos bancos nas operações que realizam, não sendo mais aceitável ter de correr para realizar pagamentos até as 17 horas de um dia útil. 

Já do ponto de vista das pessoas jurídicas, é sabido que o Pix pode ser tarifado pelos bancos, mas com limitações impostas pelo Banco Central, de forma que, mesmo tarifado, segue sendo vantajoso, ainda mais pelo fato de que os valores correspondentes às vendas são disponibilizados na conta da pessoa jurídica de forma imediata, o que diminui a necessidade de busca por crédito.

Além de receber os pagamentos de forma instantânea, a utilização do Pix cessa a utilização de dinheiro em espécie, resolvendo duas grandes dores de cabeça das pessoas jurídicas varejistas: assaltos e a sangria dos caixas. 

Assim, muito provavelmente, as pessoas jurídicas oferecerão aos seus clientes vantagens para pagamento através do Pix, ao invés de operação com moeda física, débito, boleto, TED ou DOC, o que pode fazer com que tais meios de pagamento, com o passar do tempo, restem em desuso. 

Outra mudança cultural envolvendo pagamentos, e que foi iniciada com o Pix, é a redução da procura, pelos consumidores, pelas notas físicas, situação que pode acarretar, futuramente, tal qual foi na China, pelo desuso, ou uso muito baixo, de papel moeda.

Essa mudança cultural beneficia não somente comerciantes, mas também os próprios bancos, com a baixa necessidade de manter agências bancárias e caixas eletrônicos abastecidos, reduzindo os altos custos envolvidos na logística do transporte de dinheiro vivo. 

Outra mudança iminente será o melhor rastreamento das transações, dificultando crimes como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. 

Por fim, há o aumento da competição entre as instituições que oferecem serviços de pagamentos, já que os grandes bancos foram obrigados a participar do Pix, e os pequenos puderam solicitar sua participação, não havendo discriminação entre tais instituições. 

Pelo exposto, temos que o futuro dos pagamentos no Brasil sofreu grande influência com o lançamento do Pix, e ouso dizer que, talvez, se não houvesse ocorrido tal lançamento, não haveria futuro para os nossos serviços de pagamentos. 

Dúvidas? A equipe do Silva | Lopes Advogados pode te ajudar!

*Lopes é CEO do Silva | Lopes Advogados e Froener é COO do escritório.

 

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