Chargeback: O que é e como evitar

A política de chargeback é essencial para a organização interna da instituição que opera com meios de pagamentos e processos de chargeback

A crescente popularidade das compras online trouxe consigo uma série de desafios para os comerciantes, sendo o chargeback um dos mais significativos. O chargeback, ou estorno, é um mecanismo de proteção ao consumidor que permite a reversão de transações em casos de fraudes, erros de processamento ou disputas comerciais.

Embora seja uma ferramenta essencial para proteger os consumidores, os chargebacks podem causar prejuízos consideráveis para os comerciantes. Este artigo explora em profundidade o que é o chargeback, como funciona, os motivos mais comuns para sua ocorrência, os impactos nas empresas e, principalmente, como evitá-los.

Ao final, discutiremos estratégias e ferramentas para a prevenção de chargebacks e as considerações legais relevantes no Brasil. Nosso objetivo é fornecer um guia completo e prático para ajudar comerciantes a minimizar os riscos associados aos chargebacks e proteger seus negócios.

Conteúdo:

O que é chargeback?

Chargeback é uma reversão de uma transação de pagamento realizada por cartão de crédito ou débito, solicitada pelo titular do cartão e processada pelo banco emissor. Esse mecanismo é utilizado para proteger consumidores contra fraudes, erros de processamento e descumprimento de contratos, garantindo que eles não sejam responsabilizados por transações problemáticas. No entanto, o chargeback também pode trazer desafios significativos para os comerciantes, que podem enfrentar perdas financeiras e problemas de reputação.

Ele foi introduzido inicialmente para proporcionar um nível de segurança e confiança aos consumidores que realizam transações com cartões. Este processo protege os consumidores de transações fraudulentas e erros, proporcionando uma forma de reversão de pagamentos que é segura e eficiente. No entanto, enquanto os consumidores se beneficiam dessas proteções, os comerciantes muitas vezes enfrentam dificuldades ao lidar com chargebacks.

Como funciona o processo de chargeback?

O processo de chargeback funciona como um fluxo estruturado que envolve a comunicação entre múltiplas partes, iniciando-se no momento em que o titular do cartão identifica uma transação problemática em sua fatura. A primeira etapa é a solicitação de chargeback, quando o cliente contata o banco emissor para formalmente contestar o pagamento. A partir daí, o banco emissor realiza uma análise preliminar para verificar a validade da reclamação e, caso a considere legítima, dá início ao procedimento.

Em seguida, ocorre a notificação ao comerciante: o banco informa a bandeira do cartão (como Visa ou Mastercard), que por sua vez repassa a contestação ao adquirente (a operadora da maquininha ou gateway de pagamento), que finalmente notifica o lojista. Nesse momento, abre-se a fase de apresentação de evidências, na qual o comerciante tem a oportunidade de se defender, enviando documentos que comprovem a legitimidade da venda, como notas fiscais, comprovantes de entrega ou trocas de e-mail com o cliente.

Por fim, a decisão final é tomada pela bandeira do cartão, que atua como árbitro, analisando as provas de ambas as partes. Se a contestação do cliente for mantida, o chargeback é confirmado e o valor é estornado definitivamente para o titular do cartão; caso contrário, a cobrança é considerada válida.

Principais motivos para ocorrência de chargeback

Os principais motivos para a ocorrência de um chargeback podem ser compreendidos a partir de três origens distintas: fraudes, erros de processamento e disputas comerciais. A fraude se destaca como uma das causas mais comuns, abrangendo desde o uso de cartões roubados ou clonados para efetuar transações não autorizadas até a chamada fraude amigável, um cenário complexo onde o próprio titular do cartão realiza a compra e, posteriormente, contesta a transação de má-fé para evitar o pagamento.

Outra fonte significativa de chargebacks são os erros de processamento, que ocorrem por falhas técnicas ou operacionais no momento da cobrança, resultando em cobranças duplicadas, lançamento de valores incorretos ou outras transações inválidas. Por fim, as disputas comerciais surgem de um desacordo na relação entre o consumidor e o lojista, motivadas por queixas sobre a qualidade do produto, atrasos ou a não entrega da mercadoria, ou qualquer outro descumprimento dos termos e condições acordados na venda.

 

Impactos do chargeback para empresas

Os impactos do chargeback para as empresas transcendem a simples devolução do valor de uma venda, gerando uma série de consequências negativas que afetam as finanças, as operações e a credibilidade do negócio.

O prejuízo mais imediato é a perda financeira, que não se limita ao montante da transação revertida, pois os comerciantes frequentemente são obrigados a arcar com taxas e multas adicionais cobradas pelos adquirentes e bandeiras. Paralelamente, há um inevitável aumento dos custos operacionais, uma vez que a gestão de cada contestação exige tempo e recursos valiosos da equipe para monitorar transações, reunir evidências e conduzir processos administrativos complexos.

Talvez o dano mais severo a longo prazo seja à reputação da empresa, pois um alto índice de chargebacks pode sinalizar problemas ao mercado, minando a confiança de clientes e parceiros. Além disso, as bandeiras de cartão e os provedores de pagamento monitoram essa métrica rigorosamente, podendo aplicar penalidades severas a negócios com taxas elevadas, que vão desde multas até o descredenciamento e a suspensão dos serviços de pagamento.

Como evitar chargeback?

Para evitar chargeback de forma eficaz, as empresas precisam adotar uma estratégia multifacetada que combina segurança robusta, transparência e uma comunicação proativa com o cliente. A primeira linha de defesa é a implementação de sistemas de verificação de identidade e autenticação, utilizando tecnologias como a validação do código de segurança do cartão (CVV), a autenticação de dois fatores (2FA) e plataformas avançadas de detecção de fraudes para barrar transações não autorizadas.

No campo das disputas comerciais, é crucial ter políticas de reembolso e cancelamento que sejam claras, objetivas e visíveis ao cliente antes da finalização da compra, alinhando as expectativas desde o início. Adicionalmente, manter uma documentação adequada de cada transação e cultivar uma comunicação aberta com o cliente são práticas essenciais, pois permitem resolver insatisfações antes que evoluam para uma contestação e fortalecem a defesa da empresa caso o chargeback precise ser disputado.

Por fim, a prevenção exige um monitoramento contínuo e a análise de transações, utilizando ferramentas que identificam padrões de comportamento suspeitos e anomalias em tempo real, permitindo uma resposta rápida para bloquear potenciais ameaças antes que elas se concretizem.

 

arranjo de pagamento

 

Estratégias de prevenção e gestão de chargebacks

Uma gestão de chargebacks eficaz requer uma abordagem estratégica que integra processos internos, tecnologia e parcerias. A base começa com a educação e o treinamento contínuo da equipe, garantindo que todos os colaboradores conheçam os procedimentos para prevenir e responder a contestações de forma ágil e correta.

Para potencializar a capacidade do time, a automatização de processos é fundamental, utilizando sistemas que monitoram transações, identificam atividades suspeitas e organizam as evidências necessárias para a disputa, aumentando a eficiência e reduzindo erros.

Além da estrutura interna, a escolha de parcerias com provedores de serviços de pagamento confiáveis é um diferencial, pois eles oferecem soluções avançadas de detecção de fraudes e suporte especializado no ciclo de disputa. A estratégia é refinada pela análise de dados e do feedback de clientes, que fornece insights cruciais para entender as causas-raiz dos chargebacks e permite a implementação de melhorias contínuas.

Essa inteligência, aliada a uma postura proativa de resolução rápida de disputas por meio de canais de comunicação abertos, possibilita resolver problemas diretamente com o consumidor, evitando que muitas insatisfações se transformem em um chargeback.

 

arranjo de pagamento

Considerações legais sobre chargebacks no Brasil

No Brasil, as considerações legais sobre chargebacks são sustentadas por uma dupla camada de regulamentação, que equilibra as normas privadas das instituições financeiras com a legislação de proteção ao consumidor.

De um lado, o processo é operacionalmente definido pelas regulamentações das bandeiras de cartão, como Visa e Mastercard, que estabelecem as regras, prazos e procedimentos técnicos que os comerciantes devem seguir para contestar uma transação.

Do outro lado, e com força de lei, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece os princípios fundamentais da relação comercial, garantindo os direitos dos consumidores de questionar cobranças indevidas, seja por fraude ou falha na prestação do serviço.

Em contrapartida, o CDC também delimita a responsabilidade dos comerciantes, que têm o dever de assegurar um ambiente de transação seguro, comunicar suas políticas com transparência e manter registros detalhados das vendas.

Diante desse cenário, a implementação de estratégias eficazes de prevenção e gestão de chargebacks transcende a boa prática comercial e se torna uma questão de conformidade legal.

Adotar medidas de segurança robustas, manter uma comunicação clara e educar a equipe são ações cruciais não apenas para minimizar perdas financeiras, mas também para garantir operações mais seguras, proteger tanto o negócio quanto o cliente e operar em total acordo com as exigências do mercado e da legislação brasileira.

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