Saque PIX: o que esperar? Saque PIX: o que esperar?

Saque PIX: o que esperar?

Confira como o Pix pretende revolucionar o saque de numerário físico

Por Daniela Froener e Layon Lopes*

O Pix foi apresentado ao público, e ficou muito conhecido, por possibilitar a realização de pagamentos instantâneos, 24 horas por dia, todos os dias do ano, sem custo para as pessoas físicas, via de regra. A tecnologia caiu no gosto do povo e já representa quase 80% das transações bancárias, segundo análise feita pelo site 6 Minutos. 

Porém, as ideias de utilização da tecnologia do Pix, pelo Banco Central (Bacen), seu mantenedor, não estão restritas apenas para os pagamentos instantâneos, pois, também envolvem a utilização do Pix para possibilitar a realização de saques em estabelecimentos comerciais: o Saque Pix.

A ideia inicial envolve a solução de dois grandes atuais problemas: o elevado custo da logística do transporte de valores, o que vem causando o desabastecimento de papel moeda, tanto em agências bancárias, como em caixas eletrônicos, e já atinge todo o país e a sangria do caixa de estabelecimentos comerciais. 

Sendo assim, o Saque Pix poderia ser utilizado da seguinte forma: a pessoa interessada em fazer uma operação de saque de dinheiro, ao invés de se dirigir a uma agência bancária ou caixa eletrônico, poderia procurar por algum estabelecimento comercial e solicitar, já no caixa, a realização do saque. Assim, o caixa do estabelecimento comercial apresentaria à pessoa um QR Code que, ao ser lido através do celular, realiza um Pix ao estabelecimento comercial, este que, por sua vez, retira do seu próprio caixa o valor requerido do saque e entrega ao solicitante. 

Tal operação, além de beneficiar a pessoa que fez o saque (que não precisou ir até uma agência bancária ou procurar por um caixa eletrônico), também beneficia o estabelecimento comercial, que faz a sangria do caixa sem custo e ainda pode cobrar uma tarifa pelo serviço prestado. 

Ou seja, o Saque Pix traz uma mudança de realidade. Atualmente, a sangria do caixa representa um custo aos estabelecimentos comerciais (sem falar do risco de assalto), porém, se implementado o Saque Pix, conforme estuda o Bacen, a sangria do caixa deixa de ser um custo e passa a ser uma outra fonte de receita aos estabelecimentos comerciais. Fora tal benefício, a oferta de saque pode causar ao estabelecimento comercial um aumento no fluxo de clientes, acarretando em mais vendas. 

Por mais que os estabelecimentos comerciais possam cobrar tarifas pelos saques realizados diretamente em seus caixas, a ideia traz consigo a consequente diminuição do valor das tarifas aplicadas aos saques, já que, sem a necessidade de realização do transporte de numerários físico, para abastecer agências bancárias e caixas eletrônicos, o serviço deve restar mais barato. 

Ainda, outro problema também seria resolvido: as instituições sem agência bancária e/ou caixas eletrônicos próprios, também poderiam oferecer o serviço de saque no PIX. 

Atualmente, muitas instituições sem agência bancária e/ou caixas eletrônicos próprios, não conseguem oferecer aos seus clientes operações de saque. Isso, pois, quando tentam se integrar com empresas que administram caixas eletrônicos, como o conhecido Banco24Horas, são discriminadas com taxas mais elevadas se comparadas com aquelas aplicadas aos bancos tradicionais, o que impossibilita a contratação do serviço ou ocasiona uma cobrança de tarifa extremamente cara do cliente para a realização da operação de saque. 

Desta forma, ao ser possibilitado o Saque Pix diretamente em estabelecimentos comerciais, tais instituições poderiam oferecer tal serviço aos seus clientes, com preço de tarifa competitivo. Ou seja, instituições e clientes saem ganhando. 

Com certeza, estamos vivendo o início do fim do uso do dinheiro físico, porém, tal realidade ainda é presente no futuro próximo dos brasileiros, assim, é relevante e importante a discussão e implementação de soluções voltadas à realização das operações de saque, tal qual a ideia oferecida pelo Saque Pix, que, fortemente, esperamos a implementação pelo Bacen. 

Dúvidas? A equipe do Silva | Lopes Advogados pode te ajudar!

*Lopes é CEO do Silva | Lopes Advogados e Froener é COO do escritório.

 

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